A Psicanálise, ou Abordagem Psicanalítica, são termos para descrever a linha em que minha clínica se estrutura. A Psicologia é um grande campo e seus diversos autores se enveredaram em perguntas e pontos de vista diferentes. Nesse sentido, formaram-se as diferentes abordagens da psicologia, que olham para o ser humano e seu sofrimento a partir de pontos de vista diferentes (muitas vezes complementares, outras vezes nem tanto).

A Psicanálise tem o papel na Clínica de orientar meu olhar e minha escuta. É teoria mas também é ferramenta de trabalho. O grande expoente da Psicanálise clássica é Freud, com diversos livros publicados durante toda sua vida. Os trabalhos de Freud sustentam como se fossem os alicerces da minha clínica: sobre a forma que me coloco, sobre as questões que levanto, sobre as investigações que proponho. Muitos autores da psicanálise também contribuem com minha prática clínica, como Melanie Klein, Winnicott, Bion e tantos outros, inclusive alguns mais contemporâneos.

O trabalho em psicanálise não é feito só durante as sessões com o paciente. É preciso que o psicólogo se dedique de forma profunda à sua função, mantendo-se constantemente preparado para as diversas questões que podem surgir em seu consultório, através de um estudo e aprimoramento constante. Também é preciso investir em análise pessoal, onde o psicológo pode cuidar de suas próprias questões pessoais, de modo que o trabalho com o paciente não seja prejudicado. Para cuidar, é preciso ser e estar cuidado. O psicólogo que segue a abordagem psicanalista não se torna uma máquina de ouvir. Ainda tem suas questões particulares, seus medos, desejos, inseguranças. Por isso, um dos pilares principais para um atendimento coerente, é que o psicólogo também esteja cuidando da sua própria mente.

O material de sessão, ou seja, os relatos e todas as vivências de dentro do consultório são estudadas fora do horário da sessão. O Psicólogo se revira sobre elas, estuda, investiga, indaga. É um trabalho que acontece de forma bastante intensa, tanto na perspectiva do paciente, quanto na perspectiva do psicólogo.

Essas são apenas algumas reflexões iniciais sobre a abordagem da psicanálise, algo que tentei trazer de forma bastante explicada para que seja possível começar a compreender o trabalho. Para além disso tudo, prezo por sempre manter um canal de comunicação livre entre psicólogo e paciente, onde sempre é possível indagar sobre o que se tem dúvida, sem receios. Muitas conversas interessantes podem surgir dessas perguntas e curiosidades e muito pode-se aprender.